Resiliência climática
Com as mudanças que têm ocorrido em todo o planeta, a tendência é de que eventos meteorológicos extremos sejam cada vez mais frequentes, gerando a necessidade de novas políticas de gerenciamento de riscos e resiliência climática.
O Rio Grande do Sul enfrentou eventos extremos em 2024, sobretudo em razão de chuvas intensas. Para responder a essa realidade, o governo instituiu, em maio deste ano, o Plano Rio Grande, uma iniciativa inovadora que visa acelerar a reconstrução do Estado e garantir um futuro mais seguro e sustentável para a população gaúcha.
Dividido em três eixos de atuação – Emergencial, Reconstrução e RS do Futuro –, o plano abrange a definição e implementação de estratégias de resiliência climática, intensificando projetos relacionados à sustentabilidade e aos compromissos ambientais do Estado. Desde a enchente histórica de maio até o início de novembro deste ano, o Estado já garantiu ou aplicou cerca de R$ 2,2 bilhões em diversas frentes, incluindo projetos de resiliência climática.
No eixo RS do Futuro, o governo tem desenvolvido soluções para proteção, adaptação e resiliência das cidades, além de parcerias para construir infraestruturas mais resistentes a impactos climáticos. Entre as iniciativas, destacam-se a criação de sistemas de proteção contra cheias; o programa de desassoreamento de rios, que visa aumentar a capacidade de drenagem e evitar inundações; e o Projeto Rios (Resiliência, Inovação e Obras para o Futuro do Rio Grande do Sul), que foca na redução de riscos de desastres na região hidrográfica do Lago Guaíba, uma das áreas mais vulneráveis.
O Estado também está propondo a revisão de Planos Diretores e de Drenagem Urbana, para que os municípios estejam adequadamente preparados para eventos extremos. A ideia é estabelecer novas diretrizes de uso do solo, construção e infraestrutura e promover a implementação de medidas de prevenção de enchentes, como a construção de sistemas de drenagem, a preservação de áreas de várzea e a proibição de construções em áreas de risco.
Estão em curso, ainda, os Estudos de Soluções Baseadas na Natureza (SBNs), a fim de realizar, em parceria com os municípios, obras e projetos para tornar as cidades mais resilientes. A ideia é criar ambientes mais seguros a partir de soluções encontradas na natureza – como biovaletas, jardins de chuva, calçamento permeável, escadaria verde, reservatório de detenção e arborização urbana.
Além disso, o governo está focado na construção de infraestruturas resilientes, desde a concessão de rodovias até o reforço dos sistemas logísticos, buscando viabilizar rodovias e aeroportos alternativos. As estradas deverão ser mais resistentes a inundações e deslizamentos e apresentar sistemas de drenagem melhorados, além de pavimentações mais resistentes ao calor e às intempéries.
Para complementar essas estratégias, o Estado tem buscado a orientação de países com questões fluviais semelhantes ou com experiência no enfrentamento de desastres naturais.